Poetas de Lisboa 

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quem foi o arquitecto

 

Quem foi o arquitecto

que fez este Café

tão longe da natureza

e tantos homens de pé?

 

 

Criado: põe esta gente na rua!

E abre um buraco no tecto

que eu quero ver a lua.

 

 

José Gomes Ferreira, Poesia III

( Biografia )

 

 

Outros Olhares

Passaram por Lisboa e não a deixaram de registar na suas memórias.

Albert Einstein

Passou por Lisboa, a 11 de Março de 1925, a bordo do navio Cap Colonia a caminho do Brasil. No seu diário registou as primeiras impressões de uma cidade que vivia num verdadeiro tumulto político. "Dá uma impressão maltrapilha, mas simpática. A vida parece correr confortavelmente, bonacheirona, sem pressa ou mesmo objectivo ou consciência. Por toda a parte nos consciencializamos da antiga cultura antiga. Graciosa. Vendedora de de peixes fotografada com uma bandeja de peixe na cabeça, gesto orgulhoso, maroto. Visita ao castelo com uma vista imponente sobre a cidade e o porto. Então, fomos de carro a um convento (Jerónimos) próximo do mar.Um gótico tardio bem leve. Uma abóbada elíptica, uma espécie de palmeira irradiando de uma coroa. Belíssimo claustro em dois andares. Adorável chafariz em forma de leão. De volta ao navio. Esta terra mal cuidada inspira em mim uma espécie de "saudade" Hoje já bastante quente, apesar do céu encoberto ." No Brasil: (As varinas) São mulheres de uma elegância que me faz parar muitas vezes para admirá-las. No grupo em que estava, fotografamo-las e pusemos na nossa mesa de refeição, a bordo, os retratos", in, Diário de  Viagem à América do Sul    

Hans Christian Andersen

" Formara uma imagem desta cidade mas a realidade foi bem outra, mais luminosa e bela Fui obrigado a exclamar: - Onde estão as ruas sujas que vira descritas, as carcaças abandonadas, os cães ferozes e as figuras miseráveis das possessões africanas que, de barbas brancas e pele tisnada, com nauseantes doenças, por aqui se deviam arrastar?. (...) As ruas são agora largas e limpas; as casas confortáveis, com as paredes cobertas de azulejos brilhantes de desenhos azuis sobre branco. (...) As árvores em flor desprendem um perfume bastante forte; é como se estivéssemos numa loja de especiarias ou numa confeitaria que preparasse e servisse gelados de baunilha" in, Uma Visita em Portugal (1866) 

 

 

Lisboa nas artes 

Lisboa não deixa ninguém indiferente. Ao longo de séculos foi cenário, pretexto ou até personagem central de inúmeras histórias. Acompanhe a nossa incursão pelas letras sobre Lisboa.

Voltaire - Cândido .  Escrito três após o terramoto de 1755, Cândido representa uma crítica mordaz à concepção de harmonia cósmica que predominou no pensamento ocidental desde a antiguidade clássica. Cândido é a personagem central. Percorre o mundo, acompanhado por Pangloss, o seu tutor e defensor de uma concepção optimista do cosmos.  No dia 1 de Novembro de 1755, desembarcam em Lisboa e assistem atónitos ao fim do mundo. Nenhuma razão do mundo era capaz de justificar semelhante tragédia.

Voltaire - Poema sobre o Desastre de Lisboa . Escrito um ano depois do terramoto, marca uma profunda viragem no pensamento de Voltaire  

 

 

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