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Os Mortos-Vivos de Lisboa. Foto:NovaGente

Casos Insólitos nas Ruas de Lisboa 

Todos os dias bate-se em Lisboa mais um recorde mundial: o protesto de dois mortos-vivos !

Quem passa pela Rua da Escola Politécnica, mesmo à entrada da Procuradoria Geral da República, faça chuva ou sol, pode ver dois lisboetas protestando. Ali estão desde 1995, segundo afirma, reclamando por justiça. O caso nada tinha de especial não fosse tratar-se de um protesto de dois mortos-vivos !.

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Um História do Arco da Velha

Era uma vez um homem e uma mulher que com muito trabalho foram amealhando uma pequena fortuna. Acontece que um deles, segundo afirma aos transeuntes que por ali passam, tinha dois irmãos: um  juiz e outro notário.  

O que se seguiu não lembraria ao diabo. No meio de uma impressionante produção de documentos legais, o homem é dado como "morto" e enterrado numa vila alentejana. A viúva, após ter casado com outro homem, acaba também por ser enterrada em parte incerta.  A filha do casal desaparece por artes mágicas.

Acontece que o morto não estava morto, conforme o próprio afirma a quem passa na rua. A viúva nunca se separou do defunto e nem morreu, como faz questão de repetir vezes sem conta. A filha nunca saiu de casa.

Um dia o morto-vivo precisou de tratar de um documento, e constatou para seu espanto que não devia estar ali, o seu lugar era algures num cemitério. Os seus bens esses já haviam desaparecido para as mãos mais hábeis nestas coisas.

O problema é que o morto-vivo não se calou, conforme afirma a quem se dispuser a ouvir ouvi-lo.

Mas como é que um morto podia vir agora ao mundo dos vivos reclamar pelos seus direitos ? O caso tornou-se um quebra cabeças para a justiça.

Polícia, segundo se afirma, terá prendido dezenas de vezes o morto-vivo e a sua viúva que não é viúva, pois é suposto também estar morta. É dificil seguir a narrativa tão surreal a mesma é.

Os mortos-vivos, pelos vistos terão continuado a insistir e a reclamarem o seu lugar entre os vivos que pelos vistos não querem nada com eles. 

A justiça terá acabado finalmente por chegar à conclusão que os mortos-vivos estavam loucos. Poderia o caso ter outro final com dois mortos-vivos a afirmar que estavam vivos?  

Ainda hoje, os mortos-vivos lá estão junto à entrada da Procuradoria Geral da República, e juram a pés juntos que estão vivos, cujos  documentos oficiais parecem que "garantem" que eles estão mortos. 

Dúvida ?  Passe pela Rua da Escola Politécnica e tenha a tétrica experiência de contactar com um morto-vivo.

Dados*

Morto-Vivo:  Florindo de Sampaio Fonseca Beja, natural de Nelas, Viseu. Ex-industrial vidreiro em Sines. Data do falecimento: 11 de Novembro de 1964. Repousa na campa nº.235 , no Cemitério Municipal de Aljustrel.

Morta-Viva: Flora Beja. 

Morada dos morto-vivos: Travessa da Senhora da Glória, nº.2-2º.CP 1170. Lisboa.

Local onde se podem encontrar: Rua da Escola Politécnica, em Lisboa.

*Fornecidos no local pelos mortos-vivos. Disponibilizam igualmente recortes de notícias publicadas em jornais e revistas (Expresso, Semanário, Nova Gente, etc.)

 

Os familiares dos ditos morto-vivos contactaram-nos e garantem que a história é uma pura invenção de alguém que não vive neste mundo. 

 

 

 

Para nos contactar:

jornalpraceta@sapo.pt