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Carlos Fontes

 

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  Psicologia 

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Construtivismo

 

 
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Construtivismo

 

Jean Piaget (1896-1980), fundador do construtivismo, define-o como a teoria do desenvolvimento do conhecimento em resultado de uma interacção com o meio. Piaget procurou determinar os processos de construção do conhecimento desde as suas formas mais elementares até ao níveis superiores, nomeadamente o conhecimento científico. 

 

Comportamento. Para Piaget o indivíduo não é um simples resultado do meio (tese behaviorista), nem é simplesmente determinado por princípios inatos (tese gestaltista). O seu desenvolvimento é determinado pela interacção entre factores internos (orgânicos, hereditários) e factores externos (meio). Nos primeiros meses de vida, o seu comportamento é determinado por reflexos inatos, mas depois as respostas são cada vez mais complexas fruto de um processo de adaptação. Este processo embora tenha algumas etapas comuns a todos os indivíduos, não produz em todos os mesmos resultados. As mesmas coisas não têm a mesma significação para todos. O comportamento é uma resposta que varia em função da interacção entre a personalidade do sujeito ( P ) e a situação ( S ). 

A personalidade vai-se formando através desta interacção com o meio. Neste processo são decisivas as disposições biológicas do sujeito, as diversas aprendizagens e as actividades sobre o meio. O comportamento é visto como a resposta de uma dada personalidade numa situação concreta. 

Esta concepção sobre o comportamento marcou uma ruptura com as concepções anteriores (inatistas e comportamentalistas).  

Perspectivas em Confronto

Perspectiva inatista: o sujeito era visto como o resultado das  potencialidades que havia herdado. O meio tinha uma reduzida influência sobre o seu comportamento.

Perspectiva comportamentalista (behaviorista): O sujeito é visto como o resultado do meio. A hereditariedade tem uma limitada influência sobre o comportamento.

Perspectiva construtivista (psicologia genética): o sujeito é o resultado da sua interacção com o meio. 

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Conhecimento. O construtivismo (ou psicologia genética) procura explicar o desenvolvimento do pensamento (inteligência) como um processo continuo de adaptação do organismo ao meio, marcado por várias fases (estádios): Cada uma delas representa um estágio de equilíbrio, cada vez mais estável, entre o organismo e o meio, onde ocorrem de determinados mecanismos de interacção, como a assimilação e a acomodação.

Todo o conhecimento começa por uma assimilação pelas estruturas e esquemas do sujeito dos dados que recebe do exterior. Estas estruturas e esquemas são os meios que permitem o conhecimento. Esta assimilação implica por sua vez a sua modificação. A acomodação consiste na modificação destas estruturas ou esquemas aos novos dados. 

A inteligência surge assim, como o conjunto das estruturas e esquemas que um organismo dispõe em cada fase do seu desenvolvimento. A adaptação do organismo constitui a expressão do equilíbrio atingido entre a assimilação e a adaptação. 

Estádios do Desenvolvimento Cognitivo

1º.Estádio: Período Sensório-Motor (até aos 2 anos)

Este período vai desde o nascimento até aos dois anos. A partir da transformação dos reflexos inatos a criança começa  a desenvolver a sua inteligência, prática e manipulativa (sensório-motora), que consiste fundamentalmente numa diferenciação entre ela e o mundo. A criança começa por possuir apenas sensações internas- prazer, dor -, mas depois é capaz de acompanhar com o olhar um objecto que se desloque no seu campo visual. Lentamente vai reconhecendo a autonomia dos objectos e reconhecendo-se diferente deles. O pensamento como representação interiorizada ainda não existe. No final deste período, a criança apresenta as seguintes características cognitivas: 

a) é capaz de conhecer as coisas sem estar directamente a actuar sobre as mesmas; 

b) procura-as quando não as encontra no seu campo visual (noção de permanência dos objectos);

c) evoca no presente uma actividade passada (noção de sucessão temporal dos acontecimentos e de certa relação de causalidade); c) aparece a linguagem, ou função simbolica (18/24 meses); 

2º.Estádio: Período Pré-Operatório (2 aos 5/6 anos)

Começa por volta dos 2 anos e vai até aos cinco/seis anos. Durante este período a criança desenvolve a inteligência representativa, ligada á aquisição da linguagem. Ela desenvolve a capacidade de representar qualquer coisa por meio de outra coisa, isto é, um significado qualquer (objecto, acontecimento, etc), por meio de um significante diferenciado que só servirá para essa representação: linguagem, gesto simbólico, imagem mental, etc. (Função Simbólica).  A partir deste momento a criança está em condições de actuar sobre os objectos de maneira organizada, deixando de estar dependente da manipulação directa das coisas. Ainda permanece no entanto num estado de confusão entre o mundo objectivo e o subjectivo.

3º.Estádio: Período das Operações Concretas ( 5 aos 12 anos)

Começa com o pensamento operacional(5/8 anos) e vai até às operações concretas (8/12 anos). É nesta fase que nasce o verdadeiro raciocínio na criança, graças à aquisição de uma nova possibilidade: doravante a criança não se fixa apenas àquilo que percepciona, mas mostra-se capaz de efectuar operações mentais reversíveis, ou seja, de reviver um processo não apenas na ordem em que ocorreu, mas também na sua ordem inversa. Apesar destes avanços ela ainda têm a necessidade de recorrer à concretização dos seus pensamento, o que não a deixa resolver problemas enunciados apenas em termos verbais.

Algumas noções que são adquiridas neste estádio: Aos 9 anos a noção de conservação do peso; Aos 11 anos a conservação do volume; etc.

4º.Estádio: Período das Operações Formais (11/12 aos 14 anos) 

Começa por volta dos 11/12 anos e vai até à adolescência. O pensamento liberta-se dos domínios do real e do concreto, para abranger o universo do possível e do abstracto. Atinge o raciocínio hipotético-dedutivo que já não se baseia sobre objectos manipuláveis, mas sobre hipóteses e proposições. Com o pensamento formal é capaz de extrair conclusões de puras hipóteses e não apenas de observações do mundo exterior. Por volta do 15/16 anos é capaz de formular teorias  sobre qualquer assunto e é influenciada pela linguagem formal.

Carlos Fontes

   
   
 

Continução

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