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História da Formação Profissional e da Educação em Portugal

Carlos Fontes

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Idade Contemporânea - (Séc.XIX)

Educação e Formação nas Colónias

 No século XIX não foi apenas em Portugal que se criou um ensino virado para as Colonias, mas também nas próprias colónias se estabeleceu um vasta rede de escolas profissionais.

No final do século, com a corrida a Africa, o numero destes estabelecimentos aumentou aqui naturalmente. Em Goa muita coisa se fazia, em Timor quase nada em termos de formação profissional.

1. Em Angola a rede de escolas profissionais, foi muito reduzida. Apenas com a Republica se deram passos efectivos neste dominio.

A Escola Médico Cirúrgica de Luanda, fundada em 1789, foi remodelada em 1844 e no ano seguinte [1], procurou-se criar em Luanda um Instituto para a formação de Práticos de Medicina. Este projecto não vingou , sendo em 11 de Dezembro de 1851 esta Escola extinta.

   A principal dificuldade para o desenvolvimento destes projectos, prendia-se com a deficiente preparação dos alunos, e a carencia absoluta de literatura técnica e obras de consulta actualizadas[2]. 

   A Escola de Artes e Oficios de Angola foi criada em 1886 [3], destinada a ministrar uma instrução profissional, nas oficinas do Estado ou da Escola.

   A Escola Profissional D. Carlos I, foi inaugurada a 19 de Julho de 1907, pelo principe D. Luis Filipe, aquando da sua visita a esta Colónia. Esta Escola  que possuía várias oficinas, como telegrafos e metalurgia, para além de um ensino teórico, ministrava outro prático: Arte de Marinheiro, com exercicios da Escola de Soldade e Pelotão; Aprendizagem dos Oficios de Sapateiro, Alfaiate, Carpinteiro e Funileiro

   Nas vesperas da Republica, existia apenas uma escola profissional, com um director, dois professores, 5 mestres de oficios e 4 operários, com cerca de 40 alunos internos. Esta escola, denominada na Republica, Escola Profissional de Luanda foi suspensa em 1 de Junho de 1911, por se considerar o seu aproveitamento muito baixo.

2. Em Moçambique, nas vesperas da Republica, existiam as seguintes escolas profissionais: Tres escolas de artes e oficios nos Distritos de Moçambique, Zambézia e Lourenço Marques, todas subsidiadas por Portugal[4]

3. Em Cabo Verde, nas vesperas da Republica, existia uma Escola Pratica de Aprendizagem, com um inspector, um professor de navegação e cinco mestres de oficios.

4. Em S.Tomé e Principe, nas vesperas da Republica contava-se uma escola de artes e oficios, com um director, um subdirector, 2 professores  e 3 mestres de oficio.

5. No Estado da India, nas vésperas da Republica, contava-se uma escola de Medicina e Cirurgia em Goa, com 7 professores.

Em construção !

  Carlos Fontes

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Notas:

1] Decreto de 14 de Setembro de 1844 e e o Decreto de 2 de Abril de 1845

2] Martins dos santos, ob. cit.pag.96

3] Portaria datada de 21 de Abril de 1886, da Junta Governativa.

4] F. Adolfo Coelho, ob.cit.1973.pag.190