Carlos Fontes

 
.Ribeiro Sanches

Ribeiro Sanches (1699-1783), nasceu em Panamacor. Formou-se em Filosofia e Medicina em Salamanca, instalando-se em Benavente, onde descobre que as águas estagnadas são a causa das febres que manifestavam as pessoas de Salvaterra. Em 1726, é obrigado a sair de Portugal, para fugir às perseguições da Inquisição. Viajou pela Inglaterra, França e Holanda, vindo a fixar-se na Rússia, onde se tornou médico do exército, e depois do Corpo Imperial dos Cadetes de São Petersburgo (colégio reservado à mais alta aristocracia russa), tendo por último sido nomeado médico da czarina Ana Ivanovna.

A longa permanência na Russia e o contacto com os seus diferentes povos e raças, permitiu-lhe fazer importantes observações etnológicas que comunicou a Buffon, que a refere no 3º. Volume da sua História Natural. Em 1747, de regresso a Paris, onde é recebido por Frederico o Grande da Prússia. É-lhe pouco depois atribuída uma tença por D. João V e por Catarina II da Rússia. Morreu em França.

A obra de Ribeiro Sanches é enorme, repartindo-se por diversos domínios, como a etnologia, a medicina, a educação, a arte ou a ética.

Na medicina, onde se destinguiu internacionalmente na venereologia, escreveu a pedido de D`Alembert e Diderot para a Enciclopédia. Manteve relações científicas e de amizade com os grande vultos da ciência do tempo. Publicou, neste domínio, obras, como o Tratado da Conservação da Saúde dos Povos (1756), o Método para Aprender a Estudar Medicina (1763), Observações sobre as Doenças Venéreas (1785), etc.

Sobre a educação, ética, política, ou mesmo na filosofia, a sua obra é imensa, revelando um convicto defensor do ideário iluminista: Cartas sobre a Educação da Mocidade (1760), Missionários aos Países Alheios (1760), Tratado das Paixões da Alma, Carta Pública, Do Casamento dos Padres, etc