Rotas do Comércio Árabe de Escravos

Menos estudada, mas ainda activo em África é o comércio de escravos feitos por árabes. Estes não foram apenas os principais fornecedores de escravos para o tráfico dos europeus, mas também escravizaram por conta própria milhões de africanos.

 

Rotas do Magrebe

A islamização do Norte de África, no século VII a.C., permitiu aos árabes o controlo de rotas anteriores. A principal desenvolvia-se a partir de Tripoli (Tunisia) e daí avançava para Sul do Saára.

Esta rota fornecia de escravos todo o norte de África e mediterrâneo.

 

Rota dos Grandes Lagos

Desde o antigo Egipto que se realizavam expedições para a captura de escravos em África, seguindo a rota do Nilo e dos grandes lagos. Este comércio manteve-se muito activo ao longo do século XIX, sendo objecto de contínuos conflitos militares. Em 1820, por exemplo, o Egipto (sob o domínio Turco) invadiu o Sudão para se apoderar do comércio de escravos, tendo estas acções de captura prosseguido nas décadas seguintes. Ainda hoje (2002), desenvolvem-se campanhas internacionais para a libertação de escravos na região do Sudão.

Esta rota fornecia de escravos não apenas o Egipto, mas também o Médio Oriente.

 

Rota da Costa Oriental de África

O tráfico de escravos era muito activo quando os portugueses aqui chegaram em finais do século XV. Disputaram-no com os árabes e durante o século XVI, e durante algum tempo tiveram o seu controlo. A partir do século XVII, os árabes e sauílis conseguem expulsar os portugueses das suas principais feitorias-fortalezas da costa oriental de África, apoderando-se do tráfico. O seu principal entreposto estava situado na ilha de Zamzibar (Sultanato de Zamzibar), actual Tanzania. Foi somente em 1873, que o Sultão Barghash, no Zamzibar, sob a ameaça de bombardeamentos assinou um decreto que proibia o comércio de escravos. 

 

Uma questão cultural?

Os últimos países onde em África foi decretado oficialmente o fim da escravatura, eram todos de maioria muçulmana: Serra Leoa em 1928, Etiópia em 1942, e a Mauritânia em 1981.Recorde-se que actualmente ocorrem campanhas internacionais para resgatar escravos no Sudão, também ele maioritariamente muçulmano. 

Carlos Fontes

 

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