Isidorus Hispalensis, Isidoro de Sevilha, Santo Isidoro

O Círculo de Estudos Isidorus Hispalensis, fundado em 2022 na freguesia de Santo Isidoro (Mafra) tem como objectivo divulgar e reflectir sobre a obra de isidoro de Sevilha, em particular sobre a sua influência na cultura portuguesa.

Festa dos Merendeiros - Santo Isidoro, Mafra

Festa dos Merendeiros, 2019

Breve História de um Tradição

Em cada uma das igrejas e capelas assinaladas são muitas as formas que o culto pode assumir, variando também as festividades. Acontecimentos locais singulares, por exemplo, podem criar tradições que acabam por moldar a relação e o entendimento que os crentes passam a ter com o santo. Não conseguimos identificar nenhuma protecção especial em Mafra atribuída ao santo. No norte do país surge Gulpilhares como “advogado de dores de cabeça”. Em Negrelos, Pinho Leal refere um inesperado remédio. Numa casa situada junto ao do local da primitiva Igreja existia uma antiga imagem de Santo Isidoro em gesso, com uma grande cavidade nas costas. "O povo lhe tira o gesso para beber misturado com vinho, crendo eficaz remédio para a cura de maleitas."

Em Mafra, Santo Isidoro está associado a um acontecimento milagroso, outro não lhe conhecemos. A dimensão intelectual do santo raramente é lembrada. Nem acontecimentos marcantes como, em 2001, a proposta de o declarar Patrono da Internet foram susceptíveis de motivar esta abordagem. O seu milagre tem sido transmitido oralmente ao longo de gerações. Vamos então resumi-lo.

Numa data incerta que a tradição aponta para o século XVIII, afirma-se que na freguesia de Santo Isidoro ocorreu um ano de seca extrema que prometia ser devastador. Os camponeses, temendo o pior, prometeram ao Santo que se os ajudasse com chuva, todos os anos fariam uma festa em sua honra, dando pão a todos os que nela comparecessem. A imagem do Santo saiu da Igreja em procissão, percorrendo os caminhos ao seu redor, e quando regressava à Igreja começou a chuviscar. A colheita desse ano foi muito farta, conta-se. Para agradecer esta intercessão de santo Isidoro fizeram a promessa de no seu dia, oferecer pão a todos os que comparecessem na Igreja à hora marcada.

Desta forma surgiu a festa dos merendeiros, celebrada em princípio no dia 4 de Abril, e continua a sê-lo até aos nossos dias, ainda que a agricultura na freguesia seja pouco representativa da economia local. As promessas são para serem cumpridas.

São notórias as semelhanças deste milagre com o que ocorreu em Léon em 1158. Há todavia indícios no norte de Portugal que o povo apelava a santo Isidoro para pedir chuva. A 29 de Abril de 1896, houve uma procissão extraordinária à capela de St. Isidoro em Moledo com o mesmo propósito, que envolveu numa romaria a população de catorze freguesias.

A dádiva de pão, associada ao milagre, tem evidentes semelhanças com a Festa de Santo Estevão das Galés no concelho de Mafra ou a festa de “São Gonçalinho” em Aveiro. A oferta de pão ou de um bodo tem larga tradição no país, nomeadamente nas festas do Espírito Santo ou no “Pão por Deus” do dia de Todos os Santos.

Confraria de Santo Isidoro

As confrarias constituíram durante séculos “famílias alargadas”, cujos membros assumiam um conjunto de serviços sob a evocação do seu patrono. Foi no século XVIII que atingiram a sua máxima difusão, suprindo as mais diversas necessidades tanto da igreja, como dos seus membros ou da comunidade. Eram também meios de reconhecimento social e de socialibilidade. Depois do Concílio de Trento a Igreja procurou disciplinar a sua criação e funcionamento. Em Portugal, deve-se a Marquês de Pombal as primeiras medidas para controlar o seu património, por vezes muito significativo. Na paroquia de Santo Isidoro em meados do século, como vimos, existiam nove confrarias e irmandades cada uma teria as suas obrigações e uma organização própria para obter os recursos necessários para as cumprir.

Na visitação realizada em 1760 refere-se a existência da confraria de Santo Isidoro, acrescentando que os seus mordomos tinham a obrigação de darem no dia do santo “merendeiros e tremoços ao povo”.

Até ao momento não encontrámos rasto de outros documentos anteriores, nem mesmo datados do século XX.

Não deixa de ser significativo que no dia 31 de Outubro de 1761, na Capela de Santo Isidoro em Gulpilhares, 70 moradores de 11 lugares da freguesia se obrigassem por suas pessoas e bens, a continuar a pagar as medidas de pão que costumavam pagar para a Confraria da Cera e ornamento da capela. Caso se extinguisse a dita confraria, ou qualquer outro motivo, se não chegassem as medidas de pão deveriam ser obrigadas as pessoas e bens a fabricar o necessário para a capela. Estamos perante uma tradição similar à que ocorre em Mafra?

A confraria de Santo Isidoro desapareceu em data incerta, mas a tradição não se perdeu. Num raro registo que encontrámos, sabemos que no seu dia, a 4 de Abril de 1891, a antiga imagem do Santo feita em pedra, já muito danificada pelo tempo, foi substituída por uma mais reconhecível em madeira. Ignoramos como decorreu a festa, se é que dela podemos falar.

Atribui-se a K-Sal (Casal Ribeiro), em 1932, na sua obra Memórias de Ribamar a primeira descrição da festa. Na 1.ª edição não consta quaisquer referência à festa. Nomeia-se uma 2.ª edição publicada em Lisboa, no ano de 1993, mas dela não existem vestígios nas bibliotecas públicas de Portugal. Apesar disto, esta descrição e a referência a K-Sal continua a constar em publicações da Câmara Municipal de Mafra. Diz o seguinte: “Cada lavrador, em carroças, levava os merendeiros cozidos em sua casa dirigindo-se a Santo Isidoro. Depois da missa faziam a oferenda dos merendeiros. Ano após ano, a afluência de pessoas e vizinhos aumentava, mas os lavradores que fabricavam o pão não podiam suportar todas as despesas. Assim, cada pessoa da freguesia passou a ser mordomo, ou seja, contribuía com dinheiro para as despesas do fabrico do pão, acabando por ser feito em padarias. A missa, anteriormente rezada no interior da Igreja, passou a ser celebrada no adro da Igreja, devido à grande afluência de pessoas. Inicia-se a benção dos pães e o ofertório, cada mordomo leva o seu saco do pão até ao altar como símbolo de oferta. Com a terceira badalada do sino, é feita a oferta pelas três portas da Igreja”. Este texto atribuído a K-Sal, como veremos, é possivelmente uma copia de um trabalho escolar realizado em 1983.

Nos anos trinta e quarenta a festa dos merendeiros terá registado uma fraca adesão. A explicação está ligada à concorrência de outras festas promovidas na paróquia, em particular as que ocorriam na capela da Quinta dos Chãos.

A festa de 1942, coincidente com a Semana Santa, foi aproveitada para a inauguração do edifício da escola primária em Santo Isidoro. Em 1945 o programa da “Semana Santa” provocou espanto nos redactores d´O Concelho de Mafra (15/04/1945), mas pouco sabemos da festa dos merendeiros. Em 1947 a festa acabou por não se realizar. O boletim Ecos de Santo Isidoro (nº. 12, Abril de 1947) escrevia: “Não sabemos a razão séria pela qual se não fez. Consta-nos, todavia, que foi a pouca vontade de alguns festeiros. Alguns rapazes solteiros, para os envergonhar, ainda a queriam fazer. Se para o ano os actuais mordomos a não quizerem fazer, será, nesse ano, a festa confiada aos novos para vergonha de quem a devia levar a efeito”. O boletim, assinala todavia que na festa pascal foram distribuídos 40 quilos de massa e 35 litros de feijão às “casas mais pobresinhas”.

A realização da Festa de 1948 esteve igualmente comprometida, mas José Pinto, da Pedra Amassada, predispôs-se a arranjar quem a levasse avante. O Ecos (nº. 23, Março de 1948) escrevia: “Era de facto uma vergonha, festejarem-se tão estrondosamente outros santos e o orago da freguesia ficar esquecido.” Ficou a cargo de Agostinho dos Santos Barros, António Alves, Jaime Francisco e José Maria dos Anjos. Do sermão foi incumbido o prior da Ericeira. Entre a missa e a procissão foram distribuídos 1800 merendeiros. Estreou-se nesse dia um “lindo guião branco de Santo Isidoro oferecido pelos festeiros e mordomos em número de 50.

No ano seguinte, a 4 de Abril, era inaugurado na Paróquia um Posto de Assistência Social com várias valências: puericultura (refeições para bebés), consultas médicas, vacinação, curativos, sopa dos pobres, palestras, etc.

A festa de 1950 foi considerada muito modesta (Ecos, nº48, Abril de 1950), os que a deviam organizar não compareceram. A missa solene contou com três padres, e o sermão ficou a cargo do Padre Manuel Ferreira da Silva de Lisboa. Perante o crescente desinteresse pela festa do padroeiro, em 1951, o Ecos (nº58, Março de 1951) publica uma curta biografia do santo e apela à sua protecção. Neste número publica-se um “diálogo” entre dois santos “algures no paraíso”: “S. Pedro e Santo Isidoro Conversando”. S. Pedro mostrou-se desagradado com as grandes festas na Quinta dos Chãos, nomeadamente de casamento que muito trabalho deram a Santo António. No fim promete a Santo Isidoro mandar para o inferno os paroquianos que não seguissem os conselhos do prior cumprindo a desobriga. Um preceito pascal que implica a confissão dos pecados, a absolvição dos mesmos e o acto de contrição. A festa de 1952 teve o brilho habitual (Ecos, nº.71, Abril de 1952), e desde logo foram nomeados os que a organizariam no próximo ano: Juiz: Raul Lourenço (Casais de Monte Bom); Escrivão: Manuel Martinho Duarte (Pocariça); Depositário: Gregório Filipe (Caneira); Procuradores: José Jesuíno Jacinto (Bracial), Alexandre Coelho (Picanceira); Joaquim Zeferino (Monte Godel), Jaime Francisco (Junqueiros), Joaquim Constantino Ramos (Marvão), José Luis Fernandes (Lagoa), António Filipe Costa (Ribamar), Francisco Nazaré Gomes (Moinhos de Pedra Amassada), Duarte Fernandes (Santo Isidoro).

Vários testemunhos, afirmaram-nos que a festa ocorria apenas no dia 4 de Abril, tendo o carácter de uma obrigação essencialmente religiosa. O número de mordomos e festeiros era muito reduzido. A procissão estava limitada a um curto trajecto até ao Alto da Cruz onde se fazia a benção dos campos. Cada mordomo contribuía com cerca de 30 merendeiros de qualidade muito desigual. Até aos anos cinquenta o pão era feito em casa, com o tamanho definido e depois trazido para a Igreja, situação que foi sendo alterada. Os mordomos que não tinham forno, passaram a pagar em dinheiro e o pão era mandado fazer em padarias locais. Conta-se, sem precisar datas, que houve um ano que não chegou. Recorreu-se então a um padeiro que existia em Santo Isidoro. O pão era tão grande que o tiveram que partir em quartos. Diz-se que o pão de Junqueiros era fabricado na padaria do senhor Ivo, em Fonte Boa dos Nabos, e seria o melhor da freguesia. Um último pormenor: a distribuição era feita no adro da Igreja e apenas pelos que nele estivessem. No essencial, como veremos, pouco mudou até aos anos oitenta.

Nos anos sessenta, um dos momentos marcantes destas festividades ocorreu a 4 de Abril de 1964, quando estiveram presentes cerca de 3 mil pessoas. O repórter Marcos Miranda Pestana de Ribamar, escreveu que era a festa própria dos lavradores, e que: "há mesmo quem ameace que as colheitas não serão boas nos anos em que ela não se efectue". O nome pela qual era conhecida - Merendeiros a Santo Isidoro - derivava da "obrigação" assumida com o Santo. A razão da extraordinária afluência de pessoas nesta festa decorria primeiro da intenção e do carácter tradicional da festa, mas também da singular naturalidade de três dos sacerdotes: “A missa solene foi cantada pelo Revº. Padre António Marques Baptista, pároco da freguesia, acolitado pelos Revºs senhores padres Francisco Duarte e Jesuíno Jacinto, estando ao orgão o Revª. Padre Luís Coelho - todos naturais de Santo Isidoro” (O Concelho de Mafra, 30/04/1964).

Maria Manuela Vicente, moradora em Junqueiros desde 1947, juíza em 1991, escreveu a este respeito o seu testemunho como era vivida a festa em honra de Santo Isidoro:

“Nos anos sessenta, toda a gente vestia o melhor que tinha, embora ao domingo vestia-se quase sempre a mesma roupa fosse verão ou inverno. Ainda me lembro da minha mãe se preocupar com o saco para os merendeiros. Muitas pessoas aproveitavam o saco do enxofre, depois de o lavarem e o corarem, punham-lhe um bocadinho de cloreto para ficar branquinho. Vinha muito gente das redondezas. A agitação era sempre grande entre as crianças, até saltavam muros para receberem mais um pãozinho. Dava muito jeito em casa. Já não se escolhem as saídas, o pão agora é todo igual. ” Maria Teresa Fernandes, noutro testemunho escreve: “Haviam muitas tentativas de receber o pão duas vezes pelo facto de precisarem mesmo do pão para matar a fome. Os sacos eram de linho.”

A Festa a 4 de Abril de 1970 foi outro momento assinalável, contando com a participação de 350 mordomos. Aproveitando a vasta comunidade que nesse dia se reuniu em Santo Isidoro, pelas 17 horas foi inaugurado solenemente um posto da telescola num edifício pertencente à Igreja paroquial ( O Concelho de Mafra, 30/04/1970).

O dia do padroeiro, como constatámos, foi aproveitado para importantes inaugurações na freguesia, honrando desta maneira a sua memória.

Apesar das “enchentes” que se verificavam, a festa do padroeiro nunca teve uma dimensão comparável à organizada na freguesia em honra de N.ª Sr.ª da Nazaré, amplamente publicitada desde o século XIX.

No princípio dos anos oitenta a festa adquiriu certa projecção mediática, tendo-se gerado alguma produção escrita muito controversa quanto à sua origem.

Foi associada a uma manifestação ancestral hermética. João de M. de Almeida, num artigo intitulado: “Tradição esquecida em Santo Isidoro. Pão para todos à saída da missa” no jornal Correio da Manhã, descreve a festa à luz de especulações “herméticas” muito em voga no tempo. A Igreja teria sido construída num antigo “bosque sagrado de uma deusa-mãe, antepassada de Santa Ana, guardada num pequeno nicho da capela. “Uma deusa que, segundo o repórter, recorda a tribo celta dos Thuata-de-Dannan, a “tribo da deusa”, a grande mãe Danna, Anu ou simplesmente Ana. Uma Mãe Natureza origem dos filhos dos deuses e também das coisas e dos homens”. No artigo não faltaram alusões ao passado “mouro” dos habitantes da freguesia.

Noutro registo mais etnográfico, baseado em tradições orais, o major João Gomes, vereador na Câmara Municipal de Mafra, escreveu dois artigos para o jornal O Carrilhão. No primeiro, a propósito da festa do dia 10/05/1983, publicou extratos de um trabalho escolar sobre a origem da festa, realizado por Ana Paula de Carvalho de Ribamar, aluna do 8.º ano da Esc. Sec. de Mafra, sob a orientação da professora Maria Olga de Matos (O Carrilhão, 1/06/1983). Uma história oral que com ligeiras mudanças será repetida e publicada ao longos dos anos. No segundo artigo, a festa no dia 29/04/1984 é sumariamente referida, para se fixar no episódio escolar em que Isidoro de Sevilha aprende que, com persistência e trabalho, o que parecia impossível pode ser realizado (O Carrilhão, 15/05/1984).

A organização da festa estava assente em sumários suportes escritos. Os compromissos eram orais, o bastante para serem cumpridos. Hoje, todavia, lamentamos esta ausência documental. Avancemos.

Em 1981 foram introduzidas no programa várias actividades susceptíveis de atraírem mais visitantes e proporcionarem um convívio mais alargado, mas também para angariar mais receitas para as obras da paróquia. Surgiu assim a quermesse, o acompanhamento de um grupo musical e um pequeno restaurante. Foi uma inovação importante porque gerou um aumento significativo de receitas, mas trouxe também novas exigências. Na "restauração" subiram os cuidados com a higiene e a conservação dos alimentos e bebidas, mas também com a oferta de novos produtos para acompanhar o que outras festas similares ofereciam: pão com chouriço ou torresmos, bifanas, bolos caseiros, bebidas, sopas, arroz doce, etc. O investimento cresceu, assim com os encargos com a publicidade. Um trabalho que foi sendo facilitado, pois ao longo dos anos a paróquia foi construindo e melhorando as instalações e adquirindo os equipamentos necessários para estes eventos.

Dois curtos apontamentos desta época:

Em 1983 a festa decorreu a 10 de Abril, a benção dos merendeiros foi realizada por três sacerdotes no salão paroquial, seguindo-se a missa às 12 horas. No ofertório os mordomos foram buscar os seus sacos para os levarem ao altar como símbolos de oferenda. No fim da missa os mordomos juntaram-se nos portões do adro da Igreja e, ao soarem as três badaladas, começaram a distribuir o pão pelas pessoas. Seguiu-se a matança do porco, baile e quermesse durante toda a tarde (O Carrilhão, 1/07/1983).

Em 1986, a organização da festa foi constituída por um juiz (Pedro Ricardo Sardinha da Lagoa) e 16 festeiros dos 12 lugares da freguesia, no máximo dois por lugar. No ano de 1987 para os mesmos lugares tinha um juiz (Armandinho José Rodrigues dos Junqueiros) e 17 festeiros. O número de mordomos foi sempre elevado: 566 em 1982, 495 em 1985 ou 548 em 1987. Os lugares com maior número de mordomos por ordem decrescente, foram quase sempre os seguintes: Ribamar, Santo Isidoro, Lagoa, Monte Bom, Pedra Amassada, Junqueiros, Picanceira, Casais de Monte Bom, Monte Godel, Campos, Pucariça e Bracial, numa relação proporcional ao número dos seus habitantes.

Na sumária contabilidade da altura, em geral reduzidas a uma ou duas páginas, salta à vista o pagamento individualizado do “pregador”, do “sacristão” e da “cera” (1982). Quem seriam estes pregadores? Que provas deram para serem contratados? Nas actas para a Festa de 1999 sobre o assunto regista-se: "Foi pedido ao nosso pároco em virtude de ser a Festa do Padroeiro, contactar um colega que seja um bom orador, foi transmitido que iria estudar o assunto". A escolha recaiu sobre o padre Francisco de Junqueiros. Quanto aos sacristãos foram dois nos anos oitenta: Sr. Fernando Duarte (1980-1986) e a D.ª Jerónima Fernandes (1986 -199...). Sobre a quantidade de cera gasta nada conseguimos apurar, provavelmente estamos perante uma menção aos gastos com a decoração da Igreja.

Reorganização. Prosseguindo a nossa narrativa possível, sabemos que no princípio dos anos noventa o padre Francisco José Alberto Santos (1987-1994) reorganizou a festa dos merendeiros e promoveu uma excursão à Basílica de Santo Isidoro em León (1991). Foram clarificados certos procedimentos que estariam esquecidos e estabelecidos outros. Cinco aspectos que foram especialmente considerados: Documentação, Duração, Dia do Patrono, Paridade de Género e o Programa da Festa.

Documentação. A primeira medida prendeu-se com a preservação da documentação, dado que quase nada tinha sido guardado de edições anteriores. O primeiro livro de actas, aberto em 1990 regista o seguinte: “A 30 de Janeiro de 1990 no cartório paroquial com o pároco Francisco José, reuniram-se o juiz e a juíza da festa de Santo Isidoro respetivamente Sr. Ernesto Isaias e Silva de Monte Godel e Casimira Carvalho Henriques de Ribamar. Foi feita uma análise das festas decorridas nos anos anteriores e foi sentida a falta de um registo das mesmas. Sempre tem funcionado na memória das pessoas e faz-se a transmissão oral. Decidiu-se iniciar um registo das mesmas e a abertura do livro seria feita com uma pequena biografia do Santo Padroeiro de modo a que as gerações vindouras possam um dia recordar o que a memória pode esquecer. Surgiu assim este livro” .

As actas da festa registam que desde os anos noventa do século XX foram produzidos cartazes e prospectos, infelizmente só foram preservados os editados a partir de 2010.

Duração. A festa passou a abranger outros dias, deixando de estar concentrada num único dia (domingo). Desta forma permitiu dar mais espaço a outras actividades não estritamente religiosas, e afirmar-se como a festa da freguesia. Na sua programação não é explorada a dimensão histórica, cultural e identitária do patrono. Uma questão que diversas vezes tem sido colocada, nomeadamente quando se discute as entidades a convidar. Em 1990 começou na véspera (sábado) com a recepção dos padroeiros de seis lugares da freguesia, o que constituiu uma novidade:

Casais de Monte Bom,
Lagoa
Monte Bom
Picanceira
Ribamar.

O local de encontro fixado em 1990 não se manteve o mesmo. Em 2003, por exemplo, foi junto ao Coreto e não no “Largo da Feira”, tendo a procissão sido encurtada, passando pelos lugares mais antigos da freguesia.

Dia do Patrono. A festa realizava-se sempre no dia 4 de Abril, mas quando não coincidia com um domingo, implicava para muitos a perda de um dia de trabalho. Problema que não se colocava com mesma gravidade quando a maioria da população activa trabalhava na lavoura. A sua coincidência com a Páscoa também lhe retirava a dignidade devida. Nesse sentido procurou-se fixá-la na Pascoela, isto é, oito dias depois do domingo de Páscoa: Em 1983 foi no dia 10 de Abril (domingo de Páscoa: 3 de Abril) e no ano seguinte a 29 de Abril (domingo de páscoa: 22 de Abril), costume que se mantém. O problema foi que a festa passou a estar muitas vezes distante do dia do padroeiro. Em 2008 foi mesmo realizada antes desse dia. Para colmatar este problema em 2006, 2007, 2008, 2009 e 2014 o dia 4 de Abril foi celebrado com uma missa solene.

Paridade de Género. Os juizes e festeiros até 1988 foram sempre escolhidos entre indivíduos do sexo masculino. Regra que em 1990 foi alterada, reflectindo uma mudança de mentalidade da própria sociedade. Os juizes, cuja função é coordenar a festividade e serem o seu porta voz, passaram a partir de 1990 a ser paritários: um homem e uma mulher. Todos os anos são escolhidos em diferentes lugares da freguesia. Os festeiros têm a função de ajudar os juizes a organizar a festa e a dinamizar a participação dos residentes da freguesia assumindo-se como mordomos, através de uma pequena contribuição pecuniária. Todas as famílias da freguesia, em princípio, devem ser contactadas, “para que não haja melindres”. A “mordomagem”, valor mínimo a pagar pelos mordomos, era fixada em função do preço do pão encomendado. O número de festeiros que abrange todos os lugares da freguesia ultrapassava, em geral, as três dezenas.

No ano de 1989 surgiram os primeiros festeiros do sexo feminino no total de 18 senhoras e 19 homens, distribuídos deste modo pelos vários lugares: 1homem /1mulher: Bracial, Campos, Casais de Monte Bom, Monte Godel, Pedra Amassada e Pucariça; 2 homens /2 mulheres: Lagoa, Santo Isidoro, Picanceira e Monte Bom; 1homem/2mulheres: Junqueiros; 4 homens /2 mulheres: Ribamar. Os festeiros segundo a tradição são os únicos que têm o privilégio de transportar o andor de Santo Isidoro. São precisos quatro homens e dois de substituição, "é muito pesado" (Acta da Festa de 2000) e três senhoras para levarem o seu estandarte. A que devemos acrescentar mais três homens para levarem a cruz e as lanternas. No último dia da festa é anunciada a lista com os nomes dos juizes e festeiros do próximo ano, em princípio, sem aviso prévio.

Programa. O guião da festa de 1990 foi acordado em detalhe a 7/03/1990 entre o pároco e os juizes. Ficou estabelecido o seguinte: No dia 21 de Abril, às 21 horas havia o encontro dos santos padroeiros das capelas da freguesia com o Santo Padroeiro, no Largo da Feira. Seguia-se uma procissão de velas até à Igreja Paroquial. No dia 22, domingo de Pascoela, às 11 horas, benção dos pães no salão paroquial, seguida de missa campal e procissão que percorreria algumas ruas da freguesia antes da distribuição do pão. Num ponto intermédio (Alto da Cruz) seria feita a benção dos campos. Os andores dos padroeiros seriam transportados por pessoas dos respectivos lugares e o andor de Santo Isidoro pelos festeiros. A parte “recreativa” teria um rancho folclórico e uma banda de música. Foi decidido organizar uma quermesse, um bar e o lançamento de foguetes como era habitual. A actas das reuniões fizeram uma inédita e minuciosa descrição de como a festa foi planeada, executada e avaliada. O seu manifesto objectivo era constituir-se num exemplo a seguir. Esta festa contou com 542 mordomos. Dos 5950 pães entregues foram distribuídos 3579. Dos restantes, cada mordomo recebeu 4 e os que ainda sobraram foram distribuídos pelos lares da 3ª. Idade da Ericeira, Sobreiro e Mafra. Para a missa campal foi criado um palco improvisado coberto. Na celebração para além do pároco José Francisco, estiveram presentes 5 diáconos, seminaristas e os acólitos da freguesia. Durante largos anos a festa contou também com a colaboração do incansável Fernando Alves Fernandes, com a sua aparelhagem de som. Apesar de ter chuviscado a maioria das pessoas não abandonou o local.

A festa de 1998 foi assinalada por um momento de especial importância: No dia 19 de Abril, pelas 14h30, foi colocada a primeira pedra do Centro de Dia para a Terceira Idade. À noite foi inaugurada a iluminação da Igreja.

No ano 2000, a festa assinalou o Jubileu com a edição de um pequeno folheto com uma curta biografia de Santo Isidoro, com natural destaque para a sua santidade. A festa foi desdobrada em dois períodos devido a problemas de agenda do Patriarca de Lisboa D. José Policarpo. A 1 de Maio o patriarca inaugurou o Centro Social e Paroquial de Santo Isidoro. No segundo período ocorreu o habitual programa de festividades. A organização da própria festa religiosa ficou a cargo dos juizes e festeiros uma vez que não havia pároco na freguesia. A missa solene no dia 29 de Abril foi celebrada padre Francisco de Junqueiros e a de domingo pelo padre Jorge da Picanceira e o padre Joaquim Venâncio (ex-pároco da freguesia) que pagou a vinda da banda das Gaeiras-Óbidos. Foram adquiridos 20 postes para bandeiras com postaletes.

Os escuteiros desde 2000 passaram a ter uma presença regular, sendo chamados a formar um cordão na procissão de modo a separar o público do cortejo com os seus andores, estandartes, bandeiras, juizes, acólitos e ministros da comunhão, banda de música e as diversas entidades convidadas. Em 2003 o agrupamento de escuteiros de Santo Isidoro, propôs e foi aceite, aproveitar os dias 25 e 26 que antecediam a festa para várias iniciativas, destinadas a angariar fundos para a construção da sua sede. Esta começou na sexta-feira com provas de atletismo, almoços e jantares, rancho folclórico, banda musical. No sábado, ocorreu a chegada e apresentação dos padroeiros e a procissão, para além de provas desportivas. No domingo o programa foi o tradicional: procissão com banda filarmónica, missa solene, almoços, conjunto musical, baile.

A festa de 2001 deve ser especialmente assinalada, pois contou com a presença de um grupo da paróquia de Santo Isidoro do Eixo, traziam uma carta do bispo de Aveiro D. António Marcelino (1930-2013) que já havia estado em Santo Isidoro. Para além de se tratar de uma visita inédita de uma paróquia com o mesmo orago, ainda por cima a mais antiga que se conhece em Portugal (século XI).

As exigências burocráticas terão ditado uma subtil mudança na organização, de modo a minorar a eventual impreparação de juizes e festeiros e a sua flutuação. É notório que as exigências legais não têm parado de aumentar, nomeadamente licenças, autorizações e seguros. Na Festa de 1999, as actas registam uma grande preocupação em eleger um secretário para a "escrita", tendo sido nomeada Elsa Batalha da Silva. A questão voltou a repetir-se. Para a festa de 2005 a prioridade foi assegurar o registo das decisões e a contabilidade, colmatando notórias falhas verificadas em anos anteriores. A primeira reunião ocorreu em Novembro de 2004, sendo o ponto principal a eleição de um tesoureiro e um secretário, o que não foi conseguido. Manteve-se a gestão colectiva da festa pelos dois juizes e cerca de duas dezenas de festeiros. O início da festa neste ano coincidiu com o falecimento do papa João Paulo II, o que foi sentidamente assinalado. Para a festa de 2006 a primeira reunião ocorreu como era habitual em Janeiro e foram nomeados o tesoureiro (Anibal David) e a secretária (Helena Santos), registando-se uma diminuição no número de festeiros efectivamente envolvidos. As actas registam uma crescente importância destes elementos. Nesta reunião questionou-se igualmente a presença na festa dos padroeiros de outros dos lugares dada a despesa com a decoração dos seus andores. Em 2007 festeiros de várias localidades não compareceram às reuniões. A distribuição do pão acabou por ser feita não por mordomos, mas por festeiros de cada um dos lugares. Uma situação que se agravou no ano seguinte. A “mordomagem” em 2008 foi aumentada para 12,50 euros, um valor que continuava a permitir fazer face às despesas e garantir que grande número de pessoas a pudessem pagar, valor que ainda se mantém.

Nas últimas décadas foi-se consolidando a duração da festa em três dias, tendo o seu ponto alto num domingo. Começa em princípio ao sábado, ao fim do dia (recepção e apresentação dos padroeiros, missa, quermesse, sopas dos merendeiros e música ); no domingo inicia-se bem cedo, com grande diversidade de actividades religiosas e profanas (missa solene e benção dos merendeiros, procissão acompanhada de banda filarmónica, distribuição de merendeiros, quermesse, música, baile, jogos tradicionais, espaço para crianças, comida, etc.) e na segunda-feira é a missa dos festeiros. Em plena pandemia, em 2020, a festa foi cancelada por motivos de saúde pública.

Em 2021 o santo padroeiro percorreu a freguesia. Em 2022 voltou a realizar-se segundo o guião habitual da festa, com os juizes e festeiros que haviam sido nomeados para 2020.

Carlos Fontes

 

 

Festa dos Merendeiros 1990 -2022

1990 - 21 e 22 de Abril
Juizes: Casimira Carvalho Henriques (Ribamar) e Ernesto Isaias e Silva (Monte Godel). Festeiros: 37 (nomeados).Mordomos: 542. Mordomagem: 600$00. Pároco: Francisco José Alberto Santos. Banda: Banda Musical da Ericeira (procissão). Conjunto: Abel Alves (baile). Rancho Monte Godel. Quermesse, bar. Padaria: Filomena Rafael e Irmão (Barril), 5950 merendeiros. Distribuídos: 3579. A festa durou até às 19h de domingo. Foi adquirida e estrada uma tribuna. Despesas: 570.075$00. Receitas: 907.794$50

1991 - 6 e 7 de Abril
Juizes: Maria Manuela Reis Vicente (Junqueiros) e Francisco Almeida (Picanceira). Festeiros: 37 (nomeados). Pároco: Francisco José Alberto Santos. Padaria: Filomena (Barril). Foi construída uma estrutura metálica para a quermesse. Receita: 998.400$00. Despesa: 544.138$00.

1992 - 24 e 25 de Abril
Juizes: Almerinda da Conceição Clemente (Santo Isidoro) e Armindo da Silva Valério (Monte Bom). Festeiros convocados: 31; Mordomos: 548. Pároco: Francisco José Alberto Santos. Padaria da Filomena ( Barri)l, 3419 merendeiros. Sobraram 2081, distribuídos pelos festeiros, lares vizinhos e Casa Mãe do Gradil. Receita: 1.301.633$00. Despesa: 720.382$00.

1993 - 17 e 18 de Abril
Juizes: Maria Helena Antunes Clemente (Palhais- Ribamar) e Américo Batalha Filipe (Junqueiros). Festeiros convocados: 27; Mordomos: 585. Pároco: Francisco José Alberto Santos. Banda: Filarmónica da Ericeira. Conjunto: Onda Jovem; Sábado (17/04): 21 horas: encontro no largo da feira; Domingo (18/4): 10h abertura da quermesse; 11h Benção dos merendeiros, seguido de procissão. Receita: 1.861.102$00. Despesa: 725.752$00.

1994 - 9 e 10 de Abril
Juizes: Maria de Jesus da Silva (Casais de Monte Bom) e Vasco Vitor Dias (Lagoa). Pároco: Francisco José Alberto Santos. Padaria: Filomena (Barril), 6.000 merendeiros. Receita: 2.098.109$00. Despesa: 808.796$00.

1995 - 22 e 23 de Abril
Juizes: Eva Fiuza Valerio (Monte Bom) e Leonel Amaro Zeferino (Ribamar). Pároco: Joaquim Venâncio Dias. Receita: 2.277.242$00. Despesa: 1.001.522$00.

1996 -13 e 14 de Abril
Juizes: Maria do Carmo Batalha dos Reis (Bairro Alto) e José Augusto Silva dos Reis (Monte Godel). Festeiros: 30. Mordomos: 600. Mordomagem: 1300$00. Pároco: Joaquim Venâncio Dias. Banda: Soc. Recreativa Obidense. Conjunto: Trio Onda Jovem; Padaria: Firmino?, 7000 merendeiros, distribuídos 4000. Receita: 2.308.852$50. Despesa: 1.170.320$50.

1997 - 5 e 6 de Abril
Juizes: Fernanda M. D. Almeida Jorge (Picanceira) e José Eduardo T. Clemente (Santo Isidoro). Pároco: Joaquim Venâncio Dias. Padaria: Filomena (Barril), 600 merendeiros. Inauguração da iluminação da Igreja. A missa campal: 13h00. Receita: 2.341.166$50. Despesa: 1.167.074$50

1998 - 18 e 19 de Abril
Juizes: Fernanda Justino S. Ricardo (Lagoa) e Carlos Alberto Santos Silva (Casais de Monte Bom). Festeiros: 31; Mordomagem: 1500$00. Pároco: Joaquim Venâncio Dias. Missal Campal - Benção: D. António Vitalino, bispo auxiliar do patriarcado. Banda: Filarmónica de Mafra. Conjunto: Jaime Ferreira. Padaria: Filomena (Barril), 6000 merendeiros. Sábado: 21h00 chegada dos padroeiros ao largo da feira. Domingo: missa campal: 13h00. Procissão: 14h30. Matiné: 18h00. Receita: 2.746.370$00 Despesa:1.264.575$00

1999 - 10 e 11 de Abril
Juizes: Maria Leonilde C. Valério Sousa (Monte Bom) e Claudino José Lopes Miranda (Ribamar). Festeiros: 26. Pároco: Leandro Manuel Monteiro Serrão. Banda: Filarmónica da Encarnação. Conjunto: Estúdio; Padaria: Filomena (Barril), 6000 merendeiros. Receita: 2.918.170$00 Despesa: 1.238.810$00

2000 - 1 Maio e 29 e 30 de Abril
Juizes: Maria José dos Santos (Santo Isidoro) e Joaquim Faria Pereira (Lagoa). Festeiros: 28. Pároco: José Ezequiel Inácio. O patriarca de Lisboa D. José Policarpo presidiu à inauguração do Centro Social e Paroquial de Santo Isidoro (1 de Maio). Missa Campal: P. Jorge (Picanceira) e P. Joaquim Venâncio (ex-pároco da freguesia). Banda: Filarmónica das Gaeiras- Óbidos. Padaria: Filomena (Barril), 6.500 merendeiros. A "comissão" tratou de todos os assuntos, nomeadamente os convites dado não haver pároco nomeado. Os muros em volta da Igreja foram caiados. Receita: 2.752.110$00 Despesa: 1.580.429$00

2001-21 e 22 de Abril
Juizes: Maria Rosa Portela D. Francisco (Junqueiros) e Sabino Salvador Duarte (Monte Bom). Festeiros: 31. Mordomagem: 1700$00. Pároco: José Ezequiel Inácio. A festa contou com um grupo de paroquianos da Freguesia do Eixo, acompanhados pelo João Gaspar, vigário geral da diocese de Aveiro. Nas celebrações estiveram presentes os seguintes padres: Ezequiel, Edgar, Francisco Sabino e Jorge Dias. Banda: Filarmónica de Vila Franca do Rosário; Conjunto: Ouriços do Mar; Padaria: Filomena (Barril), 6000 merendeiros. Para o palco foram emprestados camionetas do Celestino Ricardo de Monte Bom e Transportes Perlina de Junqueiros. Foram estreados os postes das bandeiras. Receita: 3.122.200$00 Despesa: 1.533.990$00

2002 - 6 e 7 de Abril
Juizes: Maria de Lurdes Vieira S. Miranda (Ribamar) e José Francisco da Silva Baptista (Picanceira de Baixo). Festeiros: 37. Mordomagem: 9 euros; Pároco: José Ezequiel Inácio. Banda Soc. Filarmónica 1º. Dezembro da Encarnação (procissão). Conjunto: Leonel Teixeira e Célia (Matinée: 17h00). Padaria: Filomena (Barril), 6.000 merendeiros. Apesar da chuva a festa foi bastante participada. Receita: 14.162,54 € Despesa: 7.406,19 €

2003 - 25, 26 e 27 de Abril
Juizes: Maria Natália Rodrigues da Silva (Monte Godel) e Francisco Duarte Filipe (Santo Isidoro). Pároco: António Mário T. Águeda. Rancho Folclórico Cantarinhas de Barro, Bandas musical “Ouriços do Mar” e “Lumen”. Banda Filarmónica da Encarnação (procissão). Provas de atletismo, passeio BTT (org. Escuteiros). Receita: 25.919, 23 € Despesa: 10.785,26€

2004 - 17 e 18 de Abril
Juizes: Lilia Milene Silva Duarte (Monte Bom) e João Luis Reis (Bairro Alto). Pároco: José Feliciano C. Alcobia. Banda: Sociedade Recreativa Gaeirense (Óbidos); Padaria: Filomena (Barril), 5.500 merendeiros. Rally paper (org. Escuteiros). Receita: 14.993, 08 €. Despesa: 6.717, 88 €

2005 - 2 e 3 de Abril
Juizes: Manuela Antunes Silva Vicente (Paço d`Ilhas) e Mário Rui Tomás Alves (Lagoa). Pároco: José Feliciano C. Alcobia. Banda: Escola Juventude de Mafra. Receita: 16.655 € Despesa: 9.440,68€

2006 - 4, 22 e 23 de Abril.
Juizes: Maria Teresa Duarte Portela Alves (Santo isidoro) e Nuno Miguel Gomes Lopes (Picanceira de Cima). Pároco: José Feliciano C. Alcobia. Missa campal-benção: D. Anacleto Oliveira, bispo auxiliar de Lisboa; Banda: Filarmónica do Livramento; Conjunto: Os Bacanos. Padaria: Filomena (Barril), 6000 merendeiros. Missa no dia 4 de Abril, celebrando o dia do padroeiro.

2007 - 14 e 15 de Abril
Juizes: Marta Silva (Casais de Monte Bom) e Nelson Batalha (Monte Bom). Mordomos: 700. Pároco: José Feliciano C. Alcobia. Missa campal-benção: bispo Carlos Moreira Azevedo. Banda: BF 1º. Dezembro da Encarnação. Conjunto: Os Ouriços. A primeira reunião ocorreu em Novembro, para a escolha do secretário (Cidália Monteiro) e do tesoureiro (Eduardo Ricardo). Edição de 5 mil folhetos sobre a historia da festa dos merendeiros.

2008 - 30 Março
Juizes: Cidália Maria Batalha Reis Monteiro (Picanceira) e João Manuel Ribeiro Alves (Ribamar). Pároco: José Feliciano C. Alcobia. Primeira reunião em Dezembro para a escolha do secretário e tesoureiro. Banda: Banda Musical de Mafra. Padeiria: “Mena”, 6000 merendeiros. Receita: 15.912 € Despesa: 9.650 €

2009 - 4, 18 e 19 de Abril
Juizes: Sónia Vicente Faria (Lagoa) e Carlos Alberto dos Reis (Monte Godel). Pároco: José Feliciano C. Alcobia. Missal campal-benção: D. Joaquim A. S. Mendes, bispo auxiliar de Lisboa. Banda: Banda de Mafra. Conjunto: Os Ouriços. Coro: Puro divertimento. Receita: 17.368,03 € Despesa: 11.807,85€

2010 - 10, 11 12 de Abril
Juizes: Maria Carlota Ramos (Ribamar) e Angelo Costa (Junqueiros). Festeiros nomeados: 43. Pároco: P. Alcobia. Missa campal: Cónego Francisco José Tito Espinheira (vice-chanceler do Patriarca de Lisboa). Missa dos Festeiros (vivos e evocação dos falecidos): P. Francisco Sabino (12/04); Banda: Casa do Povo de Enxara do Bispo. Conjunto: Os Ouriços. Coro: Puro Divertimento. Padaria: ?, 6000 merendeiros. Foi decido constituir uma comissão de 5 festeiros para fazer obras no Salão Paroquial com verbas apuradas na Festas. Receita: 17.803 € Despesa: 11.803 €

2011- 4 e 30 de Abril e 1 de Maio
Juizes: Maria de Fátima Boaventura (Bairro Alto/Junqueiros) - Eduardo Ramos “Albardeiro” (Pedra Amassada). Padaria: Filomena (Barril), 5000 merendeiros. Pároco: José Alcobia. Missa no dia do padroeiro: P. Francisco Santos Duarte (4/4). Recepção dos padroeiros: P. Daniel Batalha (pároco de Algés e Cruz Quebrada, natural da freguesia de Santo Isidoro). Missa campal: P. Dr. Jorge Tomás Dias (vice-chanceler do patriarcado de Lisboa). Banda: Soc. Recreativa Musical Vila Franca do Rosário. Concerto pelo corpo docente da Orquestra Sinfónica Juvenil da Junta de Freguesia de Santo Isidoro (30/04). Conjunto: Duo Musical Ana e Luís Vicente. Ano da festa de Nª. Srª.l da Nazaré.

2012 - 14, 15 e 16 Abril
Juizes: Carmem Ângelo(Casais de Monte Bom) e Serafim Batalha Filipe (Santo Isidoro) e. Festeiros: 45. Pároco: José Alcobia. Missa campal: cónego Nuno Isidro Nunes Cordeiro. Banda: Filarmonica do Livramento. Conjunto: Band Blackey. Uma festa marcada pela doença do pároco. Foi construído um palco para ultrapassar as limitações da utilização de uma viatura. A festa quase coincidiu com as festas de Nª. Srª. da Nazaré (25 a 31 de Agosto e 1, 2, 9 e 15 de Setembro). Receita: 16.047,82 € Despesa: 14.069,82 €

2013- 6, 7 e 8 de Abril
Juizes: Lilia Duarte Santos (Monte Godel) e Alvaro Valentim Alves / Nuno Humberto Ramos Fernandes (Lagoa). Festeiros: 27. Pároco: João Alberto Vergamota/ Carlos Alexandre Alves Pinto. Banda: Escola de Música Juventude de Mafra. Conjunto: Ivo Electrónico (sábado) e Rogério Silva (Domingo). Fogo de artificio: Fábrica de Fogo de Artifício do Bombarral. 1ª. Amostra de sopas (dia 6, sexta) e Arroz Doce. Tigelas com a inscrição: “Festa dos Merendeiros”. Padaria: Filomena (Barril), 4500 merendeiros. Recolha de sangue. Não houve cortejo do tradicional encontro dos padroeiros com St. Isidoro. Os andores já estavam junto à Igreja (sábado). A benção dos merendeiros passou para depois das 13h00. Receitas: 19.557,27 €. Despesas: 9.644, 72 €.

2014 - 4, 25, 26, 27 e 28 de Abril
Juizes: Maria Gabriela Reis Pedro (Bracial) e Carlos Alberto Lopes Franco (Santo Isidoro). Festeiros: 23. Mordomagem: 12,50 euros. Pároco: João Alberto Vergamota/ Carlos Alexandre Alves Pinto. Orquestra da Junta de Freguesia. Coro Mater Fidei (27/4). Filarmónica Cultural da Ericeira (procissão). Conjunto: Banda charme. Missa pelos festeiros (28/04). Padaria: Filomena (Barril), 5000 merendeiros. Receitas: 19.672, 07 €. Despesas: 10.291,01 €

2015- 11, 12 e 13 de Abril
Juizes: Carla Maria Batalha Santos (Monte Bom) e Rogério Silva (Campos). Pároco: João Alberto Vergamota/ Carlos Alexandre Alves Pinto. Missa campal: D. Nuno Brás, bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, atuação do coro Mater Fidei. Banda Filarmónica 1º. Dezembro da Encarnação (procissão); Orquestra da Junta de Freguesia de Santo isidoro; Conjunto: KuazeBand. Padaria: Filomena (Barril). Missa pelos festeiros (13/04). Receitas: 19.684,20 €. Despesas: 12.082, 83 €.

2016 - 2, 3 e 4 de Abril
Juizes: Regina Portela (Junqueiros) e Eduardo Moreira (Ribamar). Pároco: João Alberto Vergamota/ Carlos Alexandre Alves Pinto. Missa campal: D. José Augusto Maria Traquina, bispo-auxiliar de Lisboa. Actuação do coro Mater Fidei. Orquestra Sinfónica de Jovens da Junta de Freguesia de Santo Isidoro. Filarmónica Cultura da Ericeira (procissão). Conjunto: Rogério Silva (baile). Insufláveis para crianças. Missa pelos festeiros (4/04), coincidente com o dia do padroeiro. Receitas: 15.210,64 €. Despesas: 10.201, 64 €.

2017 - 22, 23 e 24 de Abril
Juizes: Ana Paula dos Santos Portela (Santo Isidoro) e Nelson Abel (Monte Bom). Pároco: João Alberto Vergamota/ Carlos Alexandre Alves Pinto. Missa campal: D. Manuel Clemente, cardeal patriarca de Lisboa, actuação do Coro Mater Fidei. Filarmónica do Livramento (procissão), Orquestra Sinfónica de Jovens da Junta de Freguesia de Santo Isidoro (22/04); Conjunto: Grupo musical Irmãos Cabanas (baile, 23/04). Insufláveis para crianças. Missa pelos festeiros (24/04). 5ª. Amostra de sopas dos Merendeiros (22/04, sábado). Receitas: 16.053,56 €. Despesas: 11.153, 82 €.

2018 - 7, 8 e 10 de Abril
Juizes: Paula Rodrigues (Casais de Monte Bom) e Orlando Ramos (Marvão). Festeiros: 20. Mordomagem: 12,50 euros. Pároco: Paulo Manuel Jorge Gerardo Missa campal: D. Manuel Linda, bispo das Forças Armadas e de Segurança. Atuação do coro Mater Fidei. Banda da Ericeira (procissão). Jogos tradicionais (escuteiros). Conjunto: Rogério Silva (baile). 6ª amostra de sopas dos merendeiros, que contou com 26 sopas diferentes, oferecidas por moradores, cafés, restaurantes e restaurantes de Santo Isidoro, Junqueiros, Monte Godel, Monte Bom, Lagoa e Ribamar. Missa pelos festeiros (10/04). Receitas: 14.349, 41 €. Despesas: 11.178,41 €.

2019 - 27, 28 e 29
Juizes: Maria Helena Leitão (Lagoa) e Pedro Batista (Picanceira). Pároco: Paulo Manuel Jorge Gerardo. Missa campal: D. Daniel Batalha Henriques, bispo auxiliar de Lisboa (natural de Ribamar, O Carrilhão, 15/05/2019), actuação do coro Mater Fidei. Banda: Filarmónica da Enxara do Bispo (procissão). Conjunto: Rogério Silva & Filha (baile). Orquestra sinfónica da JF de Santo Isidoro. 7ª. Amostra de sopas. Receitas: 12.809,70 €. Despesas: 6.147,36 €

2022 - 23, 24 e 25 de Abril
Juizes: Fátima Soares (Ribamar) e José Miguel Francisco (Bracial). Mordomos: 715. Mordomagem: 12,50 euros. Pároco: Paulo Manuel Jorge Gerardo Missa campal: cónego José Miguel B. Pereira, Seminário Maior do Cristo Rei dos Olivais. Atuação do coro Mater Fidei. Banda: Filarmónica da Ericeira (procissão). Conjunto: Rogério Silva (baile). Concerto dos merendeiros (23/04, sábado). Missa pelos festeiros (25/04). Receitas: 19.397,85 €. Despesas: 10.813,35 €

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